As ações do State Street caem 5% após investidores demonstrarem preocupação com o aumento dos custos.
A State Street Corporation viu suas ações caírem quase 5% no pré-mercado, apesar de reportar um forte crescimento de 11% na receita de taxas e superar as estimativas de vendas, pois os investidores pareceram preocupados com o aumento das despesas, que subiram 11% em relação ao ano anterior, e com uma queda de 1% na receita líquida de juros.
Crescimento da Receita de Tarifas vs Queda do NII
Os resultados do segundo trimestre de 2025 da State Street mostraram uma notável divergência nas fontes de receita, com as receitas de taxas subindo 6,8% em relação ao ano anterior, para US$ 2,72 bilhões, efetivamente compensando a leve queda na receita líquida de juros (NII).
O NII diminuiu marginalmente para US$ 735 milhões devido à redução das taxas médias de curto prazo e mudanças na composição dos depósitos, embora isso tenha sido parcialmente compensado pela reprecificação da carteira de títulos e pelo crescimento dos empréstimos.
A margem líquida de juros caiu 17 pontos-base em relação ao ano anterior, para 0,96%, refletindo a pressão contínua nesse segmento.
O forte desempenho das receitas de taxas foi impulsionado pelo crescimento em diversas categorias de serviços, com destaque para as taxas de administração.
Essa mudança ressalta a estratégia da State Street de migrar para serviços baseados em taxas como uma fonte de receita mais estável em meio às incertezas das taxas de juros.
Enquanto isso, a empresa anunciou importantes conquistas de novos negócios, incluindo US$ 1,1 trilhão em novos ativos de serviços de investimentos sob custódia e administração, destacando os esforços bem-sucedidos de aquisição de clientes, apesar das pressões competitivas sobre preços no segmento de serviços.
Custos de Racionalização da Força de Trabalho
A cobrança de racionalização da força de trabalho de US$ 100 milhões contribuiu significativamente para o aumento de 11% nas despesas da State Street em relação ao ano anterior no segundo trimestre de 2025, impactando os lucros em aproximadamente US$ 0,36 por ação.
Essa iniciativa de reestruturação segue um padrão estabelecido em trimestres anteriores, já que a empresa continua sua transformação estratégica focada na simplificação operacional, automação e modernização tecnológica.
A gestão de capital humano da State Street permanece sob a supervisão do Comitê de Recursos Humanos do Conselho, que revisa regularmente questões como engajamento, cultura e gestão de talentos.
Enquanto a empresa investe na racionalização da força de trabalho, ela simultaneamente aumenta a remuneração para talentos em tecnologia em áreas especializadas como aprendizado de máquina e IA generativa, refletindo uma tendência em todo o setor bancário em que executivos buscam melhorar a produtividade por meio de IA enquanto reduzem custos em outras áreas.
Essa abordagem está alinhada com o desafio mais amplo do setor de serviços financeiros de gerenciar despesas em meio ao aumento dos custos de conformidade regulatória e à necessidade de investimentos contínuos em tecnologia.
Marco de US$ 5,1 trilhões em ativos sob gestão
A State Street ultrapassou um marco significativo no segundo trimestre de 2025, atingindo US$ 5,1 trilhões em ativos sob gestão (AUM), representando um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Esse crescimento impressionante foi impulsionado principalmente por níveis mais altos do mercado e entradas líquidas substanciais de US$ 82 bilhões durante o trimestre.
A franquia de ETFs SPDR® continua sendo um dos principais fatores por trás desse marco, detendo 10% do mercado global de ETFs, com clientes institucionais respondendo por 75% dos fluxos. Apenas o ETF carro-chefe da empresa, o SPY, representava US$ 642,13 bilhões do total de ativos sob gestão em meados de julho de 2025.
Essa conquista marca uma evolução notável em relação aos US$ 180 bilhões em ativos sob gestão relatados pela empresa em anos anteriores, destacando a bem-sucedida expansão da State Street no segmento de gestão de ativos.
Além do recorde de AUM, a empresa também registrou recorde em ativos sob custódia e administração (AUC/A) de US$ 49 trilhões, um aumento de 5% em relação ao trimestre anterior e de 11% em relação ao ano anterior.
O crescimento dos ativos em ações (alta de 7% em relação ao trimestre anterior) foi particularmente forte, com fundos coletivos, incluindo ETFs, apresentando um aumento trimestral de 8%, totalizando US$ 16,7 trilhões.
Esses marcos reforçam a posição da State Street como uma das principais fornecedoras mundiais de serviços financeiros para investidores institucionais.
Por que isso importa
A reação mista do mercado à State Street, apesar dos fundamentos sólidos, sinaliza preocupação dos investidores com o controle de custos nos serviços financeiros. O aumento das despesas em meio à pressão sobre as margens pode impactar a lucratividade de longo prazo dos principais gestores de ativos.