Brasil coloca Bolsonaro em tornozeleira eletrônica após busca em sua residência
A Polícia Federal brasileira invadiu a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã de sexta-feira e ordenou que ele usasse uma tornozeleira eletrônica, representando as medidas mais restritivas já impostas ao líder de extrema-direita enquanto ele enfrenta julgamento por supostas tentativas de golpe.
O Supremo Tribunal Federal também o proibiu de usar redes sociais, de entrar em contato com diplomatas estrangeiros e de se comunicar com seu filho Eduardo, que pediu asilo político nos Estados Unidos.
A operação ocorreu poucas horas após o presidente Donald Trump publicar uma carta de apoio a Bolsonaro na Truth Social, chamando o processo contra o ex-líder brasileiro de “tratamento terrível” nas mãos de um “sistema injusto”. Trump ameaçou o Brasil com tarifas de 50% a partir de 1º de agosto, vinculando diretamente as medidas comerciais aos problemas legais de Bolsonaro.
Tribunal Cita Preocupações com Risco de Fuga
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, justificou as medidas acusando Bolsonaro de “extorsão” contra o Judiciário brasileiro, segundo a Breitbart. O tribunal impôs um toque de recolher diário exigindo que Bolsonaro permanecesse em casa das 19h às 7h nos dias de semana e durante todo o final de semana.
Durante a operação, a polícia apreendeu aproximadamente US$ 14.000 em dinheiro na residência de Bolsonaro. O ex-presidente de 70 anos disse a repórteres que a tornozeleira eletrônica era uma “humilhação suprema” e insistiu que “nunca pensou em deixar o Brasil”.
Alegações de conspiração dos EUA
O tribunal acusou Bolsonaro e seu filho Eduardo de conspirar com o governo dos EUA para impor sanções a autoridades brasileiras. Segundo documentos judiciais divulgados pelo Just the News, Eduardo se reuniu com autoridades do Departamento de Estado dos EUA e tem feito lobby junto a integrantes do governo Trump para pressionar o judiciário brasileiro.
Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “gangster político de toga” e o acusou de tentar “criminalizar Trump e o governo dos EUA”, segundo a Argus Media.
Julgamento de Golpe em Andamento
Bolsonaro está sendo julgado junto com outros 34 réus por supostamente tramar envenenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reverter os resultados das eleições de 2022. O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, solicitou a condenação de Bolsonaro, sendo que o ex-presidente pode enfrentar até 43 anos de prisão se for considerado culpado.
O presidente Lula denunciou as ameaças de tarifas de Trump como “chantagem inaceitável” e afirmou a independência do judiciário brasileiro. “Bolsonaro não está sendo julgado pessoalmente. Ele está sendo julgado pelos atos que tentou organizar em um golpe de Estado”, disse Lula à CNN.
Por que isso importa
Isso marca uma escalada sem precedentes na crise política do Brasil, com um ex-presidente agora em prisão domiciliar enquanto enfrenta a possibilidade de décadas na prisão. O caso testa as instituições democráticas e a independência do Judiciário brasileiro, enquanto as ameaças comerciais de Trump criam tensões internacionais que podem afetar o comércio global e as relações diplomáticas.